A academia brasileira de letras recebe o autor e escritor Domingos Meireles que conta um pouco de sua trajetória profissional . Em sua apresentação em Belo Horizonte para vários estudantes conta que começou sua vida no jornalismo primeiramente trabalhando no jornal A última hora , no qual estagiou por um tempo mesmo sem ter cursado superior . Afirma ter escolhido este veículo de comunicação pela resistência ao golpe militar de 64. Foi este o único jornal a ser invadido em 1964 pelos miltares que quebraram toda a parte gráfica e outros equipamentos. Para ele o jornal A última hora simbolicamente servia de abrigo e acolhida aos que defendiam o estado de direito . Todo o restante da imprensa aderiu ao golpe .
Segundo Meireles naquela época ocorreram muitas injustiças como por exemplo a afastamento de professores , cassação de políticos e funcionários públicos e estes fatos o incomodaram quanto cidadão. "Era um rosário de violência e agressão ". A passagem pelo "A última hora " desenvolveu seu caráter como pessoa e cidadão .
Na opinião de Domingos Meireles ao contrário do que é pregado , o jornalista ter posicionamento quanto aos fatos porém sem distorcê-los . É importante ter visão : O que acontece ? Por que acontece ? E registar os fatos .
O autor e jornalista já trabalhou no Estadão , no jornal O globo e na rede Globo onde permanece até hoje como apresentador . Se envolveu na literatura historiográfica em 1974 quando foi ao Piauí à trabalho enviado pelo Estadão . O interesse pela história surge quando começa a questionar que a historiografia esconde episódios e privilegia outros .
Com relação a informação , Meireles deixa bem claro a falta de interesse dos brasileiros pelo hábito da leitura , quando diz que existe preguiça por parte das pessoas . O seu ponto de vista é que "não é a situação econômica que vai tornar um cidadão leitor ou não . Estamos em país de não leitores e isso é pior do que a dengue ."
Finaliza sua entrevista com algumas observações . Como por exemplo : que o conhecimento deve circular de maneira vertical e é contra ao monopólio da informação . E que "O jornal é um registro historiográfico . O jornal é um documento ."
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